Depois da morte de Diaghilev não foi mais possível apresentar obras pobres em cenários empoeirados. Segundo Paul Bourcier, em História da Dança no Ocidente, "seus sucessivos coreógrafos haviam modificado profundamente a tradição acadêmica: Fokine, Nijinsky, Massine, Nijinska e Balanchine foram inventores não apenas de passos, mas de um novo espírito; fizeram todo o corpo, as pernas e os braços dançarem, por vezes em ritmos diferentes". (p.229)
Coreógrafos que deram continuidade ao trabalho de Diaghilev:
MIKHAIL FOKINE - Publicou em 1915 os cinco pontos que mudaram para sempre a concepção da dança cênica. São eles: 1º - criar para as coreografias movimentos que corresondam ao tema, período e música, em vez de combinações de passos de aula; 2º - gestos e mímicas só tem sentido quando a serviço da ação dramática; 3º - o corpo do bailarino deve ter expressividade da cabeça aos pés e gestos de dança clássica só se justificam quando o estilo requer; 4º - o conjunto não é meramente ornamental. A expressão corporal é necessária tanto nos solistas quanto no corpo de baile; 5º - a dança deve permanecer em condição de igualdade aos demais fatores do ballet. Estes não devem mais se impor à dança nem deve a dança ser independente. Música de ballet não existe mais, apenas boa música. Elimine-se tutus, sapatilhas e malhas cor-de-rosa sem sentido cênico ligado à obra. tudo deve ser inventado a cada instante, ainda que as bases da invenção estejam estabelecidas numa tradição centenária.
Concebeu formas independentes com: Les Elfes, Don Juan, Les Elements, Paganini, Barba Azul, Soldado Russo...
BRONISLAVA NIJINSKA - Irmã de Nijinsky, criou transformações plásticas do ritmo e obteve resposta física para a música. Primeira coreógrafa a lançar um ohar feminino sobre a criação balética com a obra Les Noces, é considerada uma das mais talentosas coreógrafas do século XX. Outras de suas obras são: Bolero, La Valse, Le Baiser de La Fée, Renard, Les Biches.
BORIS ROMANOV - Criou sua própria companhia, o Ballet Romântico Russo e atuou como maître de ballet em vários teatros.
LEONIDE MASSINE - Caracterizado como um coreógrafo mímico-ator, nas suas obras atua-se teatralmente tanto quanto se dança. Era mestre na movimentação de grandes massas no palco. Colocava a dança pura a serviço da música, da pintura, da literatura e da filosofia. Considerado por muito tempo como melhor coreógrafo do Ocidente, "perdeu" este título para Balanchine. Algumas de suas obras são: Les Pressages, Choreartium, Sinfonia Fantástica, Capricho Espanhol, Hino à Beleza. Também coreografou para filmes, como Sapatinhos Vermelhos e Contos de Hoffmann.
GEORGE BALANCHINE - Com sua concepção neoclássica, revelou-se tão genial no seu despojamento, nas suas formas geométricas, na revalorização e tratamento do conjunto, na abstração predominando sobre ballets com enredo e na exigência de musicalidade, que se tornou atemporal. Os bailarinos balanchineanos, dotados de técnica soberba e musical, demonstram uma aitude cênica um tanto distante do público, mas inteligente, com vísivel sentimento de auto-suficiência, onde se percebe uma certa dose de atleticismo do corpo e da alma. Os figurinos eram simples, comos collants e malhas, não apenas porque Balanchine estava interessado apenas na dança pura, mas também porque o Estados Unidos estavam passando por uma situação econômica complicada. Algumas de suas obras são: Serenade, Concerto Barroco, Jewels, O Filho Pródigo, Apollon musagète, Sonho de uma noite de verão.
SERGE LIFAR - Um dos criadores do bailado contemporâneo, manteve o prestígio da dança masculina e tirou a òpera de Pairs da letargia. Propôs novas posições, escreveu um tratdo de dança, criou o Conservatório de Dança e a Universidade de Dança de Paris. Algumas de suas obras são: Le Chevalier et La Demoiselle, Aubade, La Peri, Icaro, Les Mirages, Suite en Blanc.
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