sexta-feira, 19 de março de 2010

História da Dança II - A Herança de Diaghilev

Depois da morte de Diaghilev não foi mais possível apresentar obras pobres em cenários empoeirados. Segundo Paul Bourcier, em História da Dança no Ocidente, "seus sucessivos coreógrafos haviam modificado profundamente a tradição acadêmica: Fokine, Nijinsky, Massine, Nijinska e Balanchine foram inventores não apenas de passos, mas de um novo espírito; fizeram todo o corpo, as pernas e os braços dançarem, por vezes em ritmos diferentes". (p.229)

Coreógrafos que deram continuidade ao trabalho de Diaghilev:



MIKHAIL FOKINE - Publicou em 1915 os cinco pontos que mudaram para sempre a concepção da dança cênica. São eles: 1º - criar para as coreografias movimentos que corresondam ao tema, período e música, em vez de combinações de passos de aula; 2º - gestos e mímicas só tem sentido quando a serviço da ação dramática; 3º - o corpo do bailarino deve ter expressividade da cabeça aos pés e gestos de dança clássica só se justificam quando o estilo requer; 4º - o conjunto não é meramente ornamental. A expressão corporal é necessária tanto nos solistas quanto no corpo de baile; 5º - a dança deve permanecer em condição de igualdade aos demais fatores do ballet. Estes não devem mais se impor à dança nem deve a dança ser independente. Música de ballet não existe mais, apenas boa música. Elimine-se tutus, sapatilhas e malhas cor-de-rosa sem sentido cênico ligado à obra. tudo deve ser inventado a cada instante, ainda que as bases da invenção estejam estabelecidas numa tradição centenária.

Concebeu formas independentes com: Les Elfes, Don Juan, Les Elements, Paganini, Barba Azul, Soldado Russo...

BRONISLAVA NIJINSKA - Irmã de Nijinsky, criou transformações plásticas do ritmo e obteve resposta física para a música. Primeira coreógrafa a lançar um ohar feminino sobre a criação balética com a obra Les Noces, é considerada uma das mais talentosas coreógrafas do século XX. Outras de suas obras são: Bolero, La Valse, Le Baiser de La Fée, Renard, Les Biches.

BORIS ROMANOV - Criou sua própria companhia, o Ballet Romântico Russo e atuou como maître de ballet em vários teatros.

LEONIDE MASSINE - Caracterizado como um coreógrafo mímico-ator, nas suas obras atua-se teatralmente tanto quanto se dança. Era mestre na movimentação de grandes massas no palco. Colocava a dança pura a serviço da música, da pintura, da literatura e da filosofia. Considerado por muito tempo como melhor coreógrafo do Ocidente, "perdeu" este título para Balanchine. Algumas de suas obras são: Les Pressages, Choreartium, Sinfonia Fantástica, Capricho Espanhol, Hino à Beleza. Também coreografou para filmes, como Sapatinhos Vermelhos e Contos de Hoffmann.

GEORGE BALANCHINE - Com sua concepção neoclássica, revelou-se tão genial no seu despojamento, nas suas formas geométricas, na revalorização e tratamento do conjunto, na abstração predominando sobre ballets com enredo e na exigência de musicalidade, que se tornou atemporal. Os bailarinos balanchineanos, dotados de técnica soberba e musical, demonstram uma aitude cênica um tanto distante do público, mas inteligente, com vísivel sentimento de auto-suficiência, onde se percebe uma certa dose de atleticismo do corpo e da alma. Os figurinos eram simples, comos collants e malhas, não apenas porque Balanchine estava interessado apenas na dança pura, mas também porque o Estados Unidos estavam passando por uma situação econômica complicada. Algumas de suas obras são: Serenade, Concerto Barroco, Jewels, O Filho Pródigo, Apollon musagète, Sonho de uma noite de verão.

SERGE LIFAR - Um dos criadores do bailado contemporâneo, manteve o prestígio da dança masculina e tirou a òpera de Pairs da letargia. Propôs novas posições, escreveu um tratdo de dança, criou o Conservatório de Dança e a Universidade de Dança de Paris. Algumas de suas obras são: Le Chevalier et La Demoiselle, Aubade, La Peri, Icaro, Les Mirages, Suite en Blanc.

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