domingo, 28 de março de 2010

História da Dança I - Exemplos de Danças Primitivas

Danças de Fecundidade: Ligadas à agricultura, com imitações de raios, ventos, relâmpago, estiveram inicialmente relacionadas às mulheres. Só se desenvolveram na agricultura quando o homem assumiu o trabalho no campo. Alguns outros exemplos dessas danças são as danças de brincadeiras, danças de beijos, danças fálicas, danças matrimoniais, danças de nudez, danças de sapato sobre plataformas de madeira, danças de iniciação.

Também xamânicas, são executadas pelo feiticeiro para atrair forças da natureza para o cultivo da terra.
A maypole, apresentada como Dança do Pau de Fita no ballet La Fille Mal Gardée, é uma dança de fertilidade, em que o mastro é, na verdade, um síbolo fálico e pagão. As danças de fertilidade evidenciam um alto grau de erotismo.


Foto: maypole



Danças Fúnebres: Nas culturas extrovertidas, podem significar uma trama da vida diante do poder e da morte. A máscara é um acessório importante dessas danças porque imita o aspecto e os movimentos de alguém que tenha morrido, imaginando ser esse o primeiro passo para se apossar do espírito dessa pessoa. Curiosamente, a dança fúnebre apresenta um aspecto alegre, quando nas cerimônias de casamento é associada à ressurreição. A Bela Adormecida, ao receber um beijo e ressucitar para a vida transforma a mórbida cerimônia fúnebre numa animada celebração. O mito da morte e do despertar da natureza é tema também das danças de ressurreição; o motivo que as move é defender-se da morte atavés da dança.


São, em geral, executadas em círculos, tendo ao centro a figura do xamã, um animal, uma mesa com alimentos ou outros símbolos. Seja no sentido de proteger os mortos ou vivos contra espíritos hostis, ou tentando constituir-se numa dança que posibilite à alma do morto um encontro com os antepassados, as danças fúnebres têm o propósito de criar um vínculo entre o mundo real e o mundo espiritual.



Foto: Kuarup (celebração funerária dos índios xinguanos)



Danças Guerreiras: Em geral executadas pelas mulheres, que por não irem à guerra, aos combates, dançavam para se transportarem teluricamente para ajudar os homens.




Foto: índias da tribo Xingu

História da Dança I - Divisão Cronológica

Podemos dividir as primeiras manifestação de dança, em dados gerais, em seis períodos.

1. Período Paleolítico Inferior - 1.000.000 a.C.

Primitiva cultura básica- dança circular sem contato.

2. Período Paleolítico Médio - de 300.000 a.C. a 75.000 a.C

Cultura básica média: Pigmeus (dança circular sem contato e danças animais) e Pigmóides (danças circulares sem contato e danças convulsivas).

3. Período Paleolítico Superior - de 75.000 a 15.000 a.C.

Últimas culturas básicas: Tasmanóides e Australóides (danças circulares sem contato e danças animais, danças serpentinas e dança sexo-lunares).

4. Período Mesolítico - de 15.000 a 10.000 a.C.

Primitivas culturas de tribo: Totemistas (danças de máscaras, danças animais, danças circulares com contato e danças fálicas) e primitivos agricultores (danças de máscaras, danças circulares, corais, danças lunares e danças fúnebres).

5. Período Protoneolítico - de 10.000 a 3.000 a.C.

Culturas de tribo médias: cultura do animal de cornos (chifres) (danças circulares, danças animais e danças de par) e última cultura agrícola (dança de vários círculos, homens e mulheres dançando em linhas opostas).

6. Período Neolítico - até 1.000 a.C

Idade do Metal: senhorial e últimas culturas de tribo (danças mistas de pares, dança de abraço, dança do galanteio e dança do ventre).

História da Dança I - Danças Primitivas ( continuação)

Danças Instintivas: O homem primitivo dançava por impulso. Pela vida, força, saúde, abusndância, adoração. Nas paredes de cavernas pré-históricas, desenhos de homens com braços levantados documentam os primórdios da dança. As FORMAS eram círculos e filas, mas a participação era individual. Os MOVIMENTOS consistiam em batidas rítmicas com os pés (marcha). Os TIPOS eram abstrato e imitativo.






Dança no Período Nômade: as FORMAS continuam em círculos e filas (marchas simples). Tinham caráter MÍSTICO de adoração ao Totem do animal que cada tribo cultuava. Os ORNAMENTOS eram máscaras ou as próprias cabeças, peles ou plumagens dos animais. Esse tipo de dança (totêmica) ainda é realizado em algumas tribos da África e das Américas.







Dança no Período de Fixação do Homem à Terra: Na PRIMEIRA FASE, as FORMAS são círculos concêntricos, linhas curvas e meandros. Os GÊNEROS são danças convulsivas e estáticas. Os TEMAS eram de fertilidade (para agricultura). Na SEGUNDA FASE as FORMAS são danças de frente e dupla frente e danças de pares (com participação de mulheres). Os GÊNEROS desenvolvem mais desenhos e aparece a dança acrobática (danças de conquista e regozijo, de cárater místico, danças profanas, alegres).









quarta-feira, 24 de março de 2010

História da Dança I - Dança Primitiva

Dança na Pré-história


Elementos da dança


Formas: círculos, linhas, desenhos etc.

Movimentos: saltos, giros etc.

Ornamentos: vestes e adereços.




Tipos de dança


Imitativa: resulta da observação do mundo exterior, na tentativa de imitá-lo.

Interpretativa: resulta da observação do mundo exterior, na tentativa de representá-lo.

Abstrata: sem imagem se referência, apresenta formas ilimitadas, executada em torno de fogueiras ou totens.


Gêneros de Dança


Convulsiva: com movimentos espasmódicos, levando a estados mórbidos.

Estáticas: dança com poses (contemplativas), geralmente com o intuito de invocar divindades.

Acorbáticas: dança com movimentos de alegria, em agradecimento.



Temas de Dança

Místico: dança dedicada à religião (dança sacra).

Profano: dança social ou teatral (como divertimento)

terça-feira, 23 de março de 2010

Repertório Teórico I - Giselle

Giselle


Ballet de Jules Perrot e Jean Coralli, com música de Adolphe Adam, em dois atos.



Personagens:


Giselle, Hilarion, Albrecht, Bathilde e Myrtha.


Curiosidades:


É o maior representante do Movimento Romântico na dança.


Representa o conflito de classes de forma audaciosa, abordando a infidelidade, tema até então inédito.


Resumo:


Giselle é uma jovem camponesa de saúde frágil, que se apaixona por Conde Albrecht, acreditando que ele é também um camponês. Sua mãe, no entanto, deseja casá-la com Hilarion, um jovem da aldeia, apaixonado por Giselle. Certo dia Hilarion vê Albrecth se desfazendo de suas vestes de nobre para se passar por camponês e percebe que ele está enganando Giselle. Quando a corte está passeando pelo campo, passam pela aldeia e Bathilde, a verdadeira noiva de Albrecht se encanta com Giselle, e acaba lhe dando um belo colar. Quando a corte vai embora, Albrecht aparece, mas é confrontado por Hilarion, que diz já saber de toda a verdade, e chama a corte de volta. Albrecht, sem saber o que fazer, diz a Bathilde que estava apenas passeando. Giselle corre para separar os doise Bathilde diz que é noiva do Conde. Giselle, então conta que também é namorada dele. Ao perceber que foi enganada pelo amado, Giselle tem uma crise de loucura e morre.

No segundo ato, que se passa na floresta, Hilarion vai vistisar o túmulo de Giselle, mas as Willis (moças que morreram antes de se casar, enganadas por seus noivos, e que se vingam matando todos os homens que encontram), lideradas por Myrtha, aparecem e fazem Hilarion dançar até a morte. Quando Albrecht aparece e as Willis o mandam dançar até morrer, Giselle surge comoWilli e salva seu amado.








Cena da loucura e morte de Giselle - American Ballet - Natalia Makharova

sexta-feira, 19 de março de 2010

História da Dança II - A Herança de Diaghilev

Depois da morte de Diaghilev não foi mais possível apresentar obras pobres em cenários empoeirados. Segundo Paul Bourcier, em História da Dança no Ocidente, "seus sucessivos coreógrafos haviam modificado profundamente a tradição acadêmica: Fokine, Nijinsky, Massine, Nijinska e Balanchine foram inventores não apenas de passos, mas de um novo espírito; fizeram todo o corpo, as pernas e os braços dançarem, por vezes em ritmos diferentes". (p.229)

Coreógrafos que deram continuidade ao trabalho de Diaghilev:



MIKHAIL FOKINE - Publicou em 1915 os cinco pontos que mudaram para sempre a concepção da dança cênica. São eles: 1º - criar para as coreografias movimentos que corresondam ao tema, período e música, em vez de combinações de passos de aula; 2º - gestos e mímicas só tem sentido quando a serviço da ação dramática; 3º - o corpo do bailarino deve ter expressividade da cabeça aos pés e gestos de dança clássica só se justificam quando o estilo requer; 4º - o conjunto não é meramente ornamental. A expressão corporal é necessária tanto nos solistas quanto no corpo de baile; 5º - a dança deve permanecer em condição de igualdade aos demais fatores do ballet. Estes não devem mais se impor à dança nem deve a dança ser independente. Música de ballet não existe mais, apenas boa música. Elimine-se tutus, sapatilhas e malhas cor-de-rosa sem sentido cênico ligado à obra. tudo deve ser inventado a cada instante, ainda que as bases da invenção estejam estabelecidas numa tradição centenária.

Concebeu formas independentes com: Les Elfes, Don Juan, Les Elements, Paganini, Barba Azul, Soldado Russo...

BRONISLAVA NIJINSKA - Irmã de Nijinsky, criou transformações plásticas do ritmo e obteve resposta física para a música. Primeira coreógrafa a lançar um ohar feminino sobre a criação balética com a obra Les Noces, é considerada uma das mais talentosas coreógrafas do século XX. Outras de suas obras são: Bolero, La Valse, Le Baiser de La Fée, Renard, Les Biches.

BORIS ROMANOV - Criou sua própria companhia, o Ballet Romântico Russo e atuou como maître de ballet em vários teatros.

LEONIDE MASSINE - Caracterizado como um coreógrafo mímico-ator, nas suas obras atua-se teatralmente tanto quanto se dança. Era mestre na movimentação de grandes massas no palco. Colocava a dança pura a serviço da música, da pintura, da literatura e da filosofia. Considerado por muito tempo como melhor coreógrafo do Ocidente, "perdeu" este título para Balanchine. Algumas de suas obras são: Les Pressages, Choreartium, Sinfonia Fantástica, Capricho Espanhol, Hino à Beleza. Também coreografou para filmes, como Sapatinhos Vermelhos e Contos de Hoffmann.

GEORGE BALANCHINE - Com sua concepção neoclássica, revelou-se tão genial no seu despojamento, nas suas formas geométricas, na revalorização e tratamento do conjunto, na abstração predominando sobre ballets com enredo e na exigência de musicalidade, que se tornou atemporal. Os bailarinos balanchineanos, dotados de técnica soberba e musical, demonstram uma aitude cênica um tanto distante do público, mas inteligente, com vísivel sentimento de auto-suficiência, onde se percebe uma certa dose de atleticismo do corpo e da alma. Os figurinos eram simples, comos collants e malhas, não apenas porque Balanchine estava interessado apenas na dança pura, mas também porque o Estados Unidos estavam passando por uma situação econômica complicada. Algumas de suas obras são: Serenade, Concerto Barroco, Jewels, O Filho Pródigo, Apollon musagète, Sonho de uma noite de verão.

SERGE LIFAR - Um dos criadores do bailado contemporâneo, manteve o prestígio da dança masculina e tirou a òpera de Pairs da letargia. Propôs novas posições, escreveu um tratdo de dança, criou o Conservatório de Dança e a Universidade de Dança de Paris. Algumas de suas obras são: Le Chevalier et La Demoiselle, Aubade, La Peri, Icaro, Les Mirages, Suite en Blanc.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Terminologia - As posições de braços

Os exercícios de port de bras são muito importantes no ballet clássico, pois são os braços que ajudam no equilíbrio e na execução de piruetas e saltos. Também dão um belo acabamento à dança.

As mãos devem estar leves, sem tensão. O polegar deve estar escondido atrás dos outros dedos.





Na escola russa (método Vaganova) existem 3 posições de braços, além do bras bas. Todas as outras posições são consideradas variações das três posições iniciais (VAGANOVA, Agrippina 1934 p.42).

BRAS BAS (braço baixo) - Posição de descanso ou preparação para um passo. Os braços devem estar arredondados ao longo do corpo, os ombros baixos, escápulas encaixadas e palmas da mão para dentro. As mãos não devem tocar o corpo.





PRIMEIRA POSIÇÃO - Braços arredondados, na altura do estômago. As escápulas devem estar encaixadas, ou seja, não devem aparecer.






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SEGUNDA POSIÇÃO - Braços arredondados e abertos. A linha dos cotovelos deve ser seguida pela linha das mãos. Cotovelos voltados para trás e palmas para frente.







TERCEIRA POSIÇÃO - Braços arredondados acima da cabeça, sem elevar os ombros. Palmas voltadas para baixo e para dentro. Os braços não devem estar nem muito para frente nem muito para trás. Nessa posição, as escápulas estão automaticamente encaixadas.





TERCEIRA POSIÇÃO BAIXA -Para Vaganova, significa que um braço está na primeira posição e o outro na segunda.








TERCEIRA POSIÇÃO ALTA - Para Vaganova, significa que um braço está na terceira posição e o outro na segunda.








quarta-feira, 17 de março de 2010

Repertório Teórico II - Vaslav Nijinsky

Vaslav Nijinsky






Figura enigmática e de tempramento taciturno e sombrio, Nijinsky tornou-se um mito na história da dança. Nasceu na Ucrânia em 1890, filho de bailarinos. Aos dez anos ingressou na Escola Imperial de Ballet de São Petersburgo e foi logo considerado um aluno brilhante em ballet mas preguiçoso em outros estudos. Graduou-se em 1908, dançando Don Juan, de Fokine. A crítica rapidamente notou sua asdmirável leveza e elevação. É conhecido por sua capacidade de manter-se no ar durante um salto. Dizia-se que Nijinsky parava no ar. Certa vez, Marie Rambert ao ser perguntada sobre que altura o bailarino ficava do chão quando saltava, respondeu: "E quem olhava para o chão quando Nijinsky dançava?".
Foi primeiro-bailarino do Ballets Russes de Diaghilev, se apresentando em Paris em 1909 com as coreografias de Fokine: Pavillon D'Armide, Les Sylphides, Príncipe Igor e Cleópatra.
Obteve sucessol fenomenal dançando Le Spectre de La Rose e Petrouschka.
Sua primeira criação coreográfica foi L'Aprés Midi D'Un Faune, com música de Debussy. Essa obra causou um escândalo na época, por seu sentido erótico. Outra coreografia famosa de Nijinsky é Le Sacre du Printemps, com música de Stravinsky, que rompia com preceitos básicos do ballet clássico (os bailarinos dançavam o tempo inteiro com os pés voltados para dentro, en dedans).
Casou-se em Buenos Aires com uma bailarina da companhia. Quando Diaghilev soube, o expulsou dos Ballets Russes e rompeu com sua amizade.
Nijinsky organizou sua própria companhia, mas fracassou, pois não tinha experiência como diretor e também pela doença que o atacou e que piorou quando foi prisioneiro civil durante a guerra.
Voltou a dançar na companhia de Diaghilev quando ela foi para os EUA. Depois da turnê, criou seu último bailado, Til Eulenspiegel.
Foi internado num sanatório e veio a falecer, esquizofrênico, em abril de 1950.
Uma curiosidade: Quando os bailarinos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro dançaram A Sagração da Primeira (Le Sacre du Printemps) a contagem da música era tão rápida que para não se perderem eles escreviam toda a contagem nos braços, para "colar" durante a apresentação.









Repertório Teórico II - Anna Pavlova

Anna Pavlova






Considerada a maior bailarina do século XX, nasceu em São Petersburgo em janeiro de 1881. Aos oito anos de idade assistiu A Bela Adormecida e resolver ser bailarina. Foi admitida na Escola Imperial de Ballet de São Petersburgo em 1891 e estreou no palco do Teatro Mariynsky no ballet A Filha do Faraó. Foi promovida a primeira-solista em 1903 e três anos depois chegou a primeira-bailarina.


Dançava com muita vitalidade e grande êxtase espiritual, entregando-se completamente à dança, transfigurando- se em cena provocando profunda admiração no público.


Foi bailarina da companhia de Diaghilev. Também fundou sua própria companhia, que realizou uma série de turnês pelo mundo.


No início de uma excursão pela Holanda, em janeiro de 1931, Pavlova ficou muito doente, com pneumonia. De cama, pediu que preparassem seu figurino da Morte do Cisne, mas ela não resistiu e veio a falecer. Na noite seguinte, quando a companhia se apresentava e chegou a hora de A Morte do Cisne, a música tocou e a cortina se abriu revelando um palco vazio.


Anna Pavlova dançando A Morte do Cisne, de Fokine

Repertório Teórico II - Michel Fokine

Michel Fokine





Nasceu em São Petersburgo em abril de 1880. Aos nove anos ingressou na Escola Imperial de Bailados, tendo se graduado em 1898, entrando para o corpo de baile do Teatro Mariynsky como solista. Logo se tornou primeiro-bailarino e começou a dar aulas em 1902. Três anos depois criou suas primeiras coreografias: Acis e Galatea, para o espetáculo anual dos alunos; e, A Morte do Cisne, para Anna Pavlova.

O primeiro ballet que Fokine coreografou no Teatro Mariynsky foi Pavillon D'Armide. Também coreografou O Pássaro de Fogo para Pavlova, mas depois que ela ouviu a música de Stravinsky, não quis mais dançar, então ele deu o solo para Tamara Karsavina.

Trabalhou com Diaghilev nos Ballets Russes, o que lhe deu prestígio internacional comocoreógrafo.

É considerado o maior expoente na coreografia do século XX. Conhecido como bailarino, grande reformador das concepções tradicionais do ballet e coreógrafo inspirado. Fokine foi para o século XX o que Noverre foi parao século XVIII e exerceu grande influência em todos os ramos da arte coreográfica. Sua sensibilidade para a música é sentida na integração, sempre perfeita, entre seus bailados e o repertório musical.

Sua obra incukiu o romantismo de Carnaval, o neo-classicismo de Les Sylphides, a intensidade de Le Spectre de La Rose, o sensualismo de Scheherázade, a tragicomédia de Petrouschka, a beleza da antiguidade grega de Daphis e Cholé,o burlesco Mordaz de Le Coq D'Or.

A maioria de seus bailados permanece nos repertórios das companhias internacionais.

Faleceu em 1942, em Nova Iorque.

Uma curiosidade: a obra Les Sylphides originalmente se chamava Chopiniana.








domingo, 7 de março de 2010

Terminologia - As posições dos pés

Primeira posição - Os calcanhares devem estar juntos, formando uma ângulo de 180º, ou seja, uma linha reta. É claro que isso depende da possibilidade de en dehors de cada pessoa. Os joelhos devem estar SEMPRE na direção do segundo dedo. Cuidar para não deixar os pés caírem para a frente.

Segunda posição - Separam-se as pernas na direção da primeira posição, numa distância de um pé entre os dois calcanhares.

Terceira posição - O calcanhar de um pé encontra-se junto do meio do outro pé.

Quarta posição - Existem duas maneiras de se fazer a quarta posição: croisé (cruzada) e ouvert (aberta).

Quarta posição croisé- Sai da quinta posição. Os pés são paralelamente separados com uma distância de um pé entre os dois, o calcanhar do pé da frente deve estar na direção da ponta do pé de trás.

Quarta posição ouvert- Sai da terceira posição. Os pés são paralelamente separados com uma distância de um pé entre os dois, o calcanhar do pé da frente deve estar na direção do calcanhar do pé de trás.

Quinta posição - Um pé na frente do outro, juntos, calcanhar do pé da frente junto da ponta do pé de trás.



NA ORDEM ACIMA

Terminologia - conceitos básicos do ballet

En Dehors ---> Significa "para fora". Trata-se, em primeiro caso, da rotação externa da articulação coxo-femoral, através da ativação dos músculos rotadores externos (piriforme, gêmeos superior e inferior, obturadores externo e interno e quadrado femoral), fazendo com que as pernas, desde a coxa até o pé, apontem para fora do corpo, lateralmente.




ROTADORES EXTERNOS

Visão da parte de trás da coxa - De cima para baixo : Piriforme,gêmeo superior, obturador interno, gêmeo inferior,quadrado femoral.



Visão da parte da frente da coxa - obturatório externo



No ballet, os movimentos são feitos com a rotação externa das coxas (en dehors) porque assim se consegue maior estabilidade e maior amplitude de movimentos.

Uma curiosidade sobre o "en dehors" é que ele também tem uma razão histórica. O ballet no seu princípio era a dança da corte, da nobreza. A postura "en dehors" denotava elegância.

Todo movimento que seja realizado para fora do centro do corpo também é chamado de "en dehors", por exemplo: pirouette en dehors, rond de jambe à térre en dehors etc.


Postura ---> A postura correta do ballet clássico é conseguida através do encaixe do quadril (retroversão da crista ilíaca), contração do abdômen, fechamento das costelas, abertura lateral dos ombros (encaixando as escápulas, que não devem aparecer, ativando o músculo serrátil anterior), ativação dos rotadores externos. O pescoço deve estar relaxado e livre para se mexer, os pés devem estar completamente apoiados no chão, sem deixar os maléolos mediais caírem para a frente, os quadríceps devem estar completamente puxados para cima, ou seja, "joelhos esticados".


Pés ---> Pied sur le demi-pointe: Quando na meia-ponta, o peso deve estar completamente apoiado metatarso, com os calcanharem para frente, ou seja, sem deixar o peso cair para o quinto dedo. Os dedos devem estar relaxados no chão.

PÉ CORRETO




Pied sur le pointe: Quando a bailarina está sobre o sapato de ponta, ela deve jogar o máximo que conseguir o peito do pé para frente. A ponta deve encostar completamente no chão e o peso deve estar na direção do segundo dedo. Cuidado para não deixar o peso cair para o primeiro dedo, isso irá entortar seu pé, causando torções ou outras lesões mais graves, inclusive nos joelhos.



PÉ INCORRETO

PÉ CORRETO



Pés corretos: Quando esticado à frente do corpo, o calcanhar deve apontar para cima; quando ao lado, para frente; quando atrás, para baixo. O peso deve estar totalmente apoiado na perna de base, para que não se emague os dedos no chão.


POSTURA E PÉS CORRETOS






POSTURA E PÉS INCORRETOS




terça-feira, 2 de março de 2010

Repertório Teórico II - Isadora Duncan

Isadora Duncan



Isadora Duncan é considerada a precursora da dança moderna. Foi a primeira a se libertar das sapatilhas e dos tutus. Dançava descalça e envolta em roupas de gaze. Seus movimentos eram livres e tinham como fonte de inspiração elementos da natureza e temáticas gregas.
Apesar de ter aprendido a dança acadêmica, a recusou e decidiu criar sua própria dança, tornando-se professora aos 14 anos. “A técnica lhe parece sem interesse: fazer gestos naturais, andar, correr, saltar, mover seus braços naturalmente belos, reencontrar o ritmo dos movimentos inatos do homem, perdidos há anos, ‘escutar as pulsações da terra’, obedecer à ‘‘lei de gravitação’, feita de atrações e repulsas, de atrações e resistências”, consequentemente, encontrar uma ‘ligação’ lógica, onde o movimento não para, mas se transforma em outro, respirar naturalmente, eis o seu método”. (BORCIER, Paul 2001, p. 248).

Sua dança é provida de grande lirismo, marcada pelo neo-helenismo do século XIX. Para Isadora, a dança é resultado de um movimento interno. Afirmava sobre a sua dança: “Eu não a inventei; ela existia antes de mim mas estava adormecida; eu apenas a revelei”. (DUNCAN apud CAMINADA, 1999, p. 162).
Em 1921, se apresentou na Rússia – onde chegaria a fundar uma escola. Causou grande impressão em Diaghilev, influenciou de forma imensurável a concepção ocidental de dança, a qual, praticamente sem exceção, passaria pelo filtro artístico em que se constituíram os Ballets Russos de Diaghilev. Isadora morreu tragicamente em 1927, quando sua echarpe enroscou-se nas rodas de seu automóvel.
Isadora se foi, mas sua influência no mundo da dança é eterna. Influenciou não só grandes nomes da dança moderna, mas também o ballet clássico, com a companhia de Diaghilev.




Repertório Teórico II - Diaghilev

Sergei Diaghilev


Diaghilev tinha alma de artista, amava a dança, mas ele mesmo dizia que não tinha talento nenhum. Por isso resolveu ser um mecenas (patrocinador) da arte. Assim, fundou uma companhia de dança Les Ballets Russes de Diaghilev. Sua companhia modernizou a concepção de ballet clássico, se tornando a mais importante companhia de ballet da história. Nela trabalharam grandes coreógrafos, como Fokine, Nijinsky, Lifar, Massine, Balanchine.


Como diretor tinha total participação da escolha do repertório da companhia. E, ao contrário do que era comum na época, a companhia não apresentava apenas um ballet por espetáculo, mas sim uma serie de ballets curtos.


A mais importante companhia da história da dança no ocidente chegou ao fim com a morte de Diaghilev, em 1929. “A realização de Diaghilev foi, de fato, uma epopéia; talvez nunca mais seja possível reunir personalidades do mundo intelectual e artístico, de tal envergadura e importância, em torno de um mesmo projeto. A influência dos Ballets Russos se estendeu pelo mundo inteiro e abrangeu todos os setores da dança (...)” (CAMINADA, Eliana 1999 p.181).

Repertório Teórico I - La Fille Mal Gardée

La Fille Mal Gardée


Ballet de Jean Dauberval com música de Ferdinand J. Herold e posteriormente de Peter Ludwig Hertel (nas versões russas) em dois atos e três cenas.


Personagens:

Lise, Colas, Simone, Thomas e Alan.


Curiosidades:

La Fille foi produzido em meio à Revolução Francesa, quando o povo se revoltava contra o rei. Foi o primeiro ballet a colocar o povo (camponeses) no papel principal;

foi um dos primeiros ballets a ter personagens reais e não seres fantásticos;

O papel da Velha Simone (mãe de Lise) tradicionalmente é interpretado por um homem, para ficar cômico.



Resumo:

A jovem camponesa Lise é apaixonada por Colas, mas sua mãe, Simone quer casá-la com Alan filho de um rico fazendeiro chamado Thomas. No primeiro ato acontece uma série de confusões, com os dois jovens apaixonados procurando fugir da severa vigilância materna. Destacam-se a dança das galinhas e dos gatos, no início; a dança da fita de Lise; e o pas de deux de Lise e Colas com a fita. O segundo ato nos apresenta um trigal. O segundo ato representa o interior da casa de Simone. Ela e a filha estão chegando encharcadas pela chuva. Simone tranca a porta e coloca a chave, numa enorme corrente, dentro do bolso de sua saia. Logo, a velha adormece. Lisa tenta tirar a chave, mas a mãe acorda. Toma de um pandeiro, e as duas põem-se a dançar. Simone volta a dormir. Colas aparece na porta e os dois jovens se beijam e se abraçam. Percebendo que Simone está acordando, Colas fecha a porta, e Lise volta a dançar. Batem à porta. São os aldeões que vêm a cobrar pelas suas jornadas. Simone lhes paga e sai com os trabalhadores, mas deixa Lise trancada. De repente, Colas surge do meio do monte de feixes. Os enamorados trocam juras de amor e seus lenços. Percebendo que Simone está de volta, Lise esconde-o num quarto em cima da escada. A jovem finge que está varrendo, mas a velha desconfia de algo ao ver o lenço e pergunta onde arranjou. Lise fica confusa, e Simone a tranca no mesmo quarto em que estava Colas. Batem à porta. Chegam Thomas, Alan e o padre da aldeia para celebrar o contrato nupcial. Alan chama os camponeses para presenciarem a assinatura do contrato. Simone diz que Alan pode ir buscar a noiva no quarto, mas, assim que ele começa a subir a escada, Colas lhe barra o caminho. Em seguida surge Lise. Os jovens se ajoelham e pedem que os deixem casar-se. O padre e os camponeses também intercedem por eles. Simone dá seu consentimento, para sua tristeza para tristeza de Thomas e Alan. O ballet termina com uma alegre festa rústica, depois de um pas de deux dos noivos.









Repertório Teórico I - O Quebra-Nozes

O Quebra-Nozes




Ballet de Lev Ivanov, com música de Tchaikóvsky, em dois atos e três cenas.



Personagens:


Clara, Príncipe, Padrinho, Fada Açucarada, Rei dos Ratos.



Curiosidades:


Marius Petipa, coreógrafo de vários ballets famosos, não quis coreografar O Quebra-Nozes e por isso o entregou a seu assistente Lev Ivanov. E foi com esse ballet que Ivanov alcaçou sucesso como coreógrafo.

A personagem principal (Clara) é interpretada pela Primeira-solista. A Primeira-Bailarina interpreta a Fada Açucarada;


Na versão original, é a menina Clara que se transforma na Fada Açucarada;


Nos países eslavos o nome de Clara foi modificada para Masha.




Resumo:


Na noite de Natal, Clara ganha de seu padrinho um boneco quebra-nozes. No fim da festa, Clara adormece e sonha com um múndo mágico, criado por seu padrinho, onde o Quebra-Nozes se transforma num lindo príncipe que comanda um exército de soldados durante uma batalha com o Rei dos Ratos e seu exército. Nesse mundo Clara conhece o Reino das Neves e o Reino dos Doces, onde encontra a Fada Açucarada que a recebe com uma festa. Ao acordar Clara percebe que foi tudo um sonho, mas fica feliz ao ver que o Príncipe com que sonhara era na verdade o sobrinho de seu padrinho.